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Britney Spears, Justin Timberlake e Christina Aguilera: de 'Mouseketeers' ao estrelato mundial

2/09/2015 Alex Arruda 0 Comentários Cotegoria : , , ,


Como grande amante de cultura pop em geral, uma geração de "ex-disney" (termo mais usado nos dias atuais), sempre me chamou atenção. E pode se dizer que foi a primeira geração de grandes estrelas da minha época e de muitos outros ouvintes de música pop. Ao começar pelo lado artístico, três grandes (na época bem pequenos) nomes de hoje já dominaram a televisão no famoso "Clube do Mickey" lá em 1993. Britney Spears, Justin Timberlake e Christina Aguilera são ícones na música pop, mas desde cedo já representaram bem todo lance teatral e divertido do show business. Deixando a infância e a pré-adolescência de lado, dedicaram uma boa parte de seu tempo para entreter o público em busca de fama e reconhecimento com seus talentos grandiosos que foram bem aclamados pelo público da época. Mas, a essa altura surge uma pergunta: largar tudo e desistir da infância e também da pré-adolescência para se dedicar a um programa de TV realmente traz recompensas? E a resposta é que bom, não para todos. Com certeza, todos eles sentiram falta de poder aproveitar essa época maravilhosa, deixando de lado os brinquedos por ensaios de voz e também de dança para um canal de TV grandioso. Mas isso também não era algo duradouro e concreto, certo? O que viria depois da pequena fama construída? O que os três iam retirar disso depois de desistirem de uma vida normal? Os nomes dos pequenos artistas já estavam lançados ao mercado, mas nem todo grande peixe é fisgado assim. E nem todo talento possui o reconhecimento necessário. E então, podemos sim dizer que os três maiores ícones do pop-teen do começo dos anos 2000 foram incrivelmente bem colocados na indústria porque sabemos bem a explosão mundial e a ascensão ao estrelato que ocorreu em suas respectivas carreiras pós Clube do Mickey que teve fim para os três em 1994.


Britney: a garotinha de Louisiana de cabelos castanho-claro e de sorriso sempre estampado no rosto estava em sua segunda tentativa para ingressar em algum lugar produtivo onde ela pudesse demonstrar o talento nato que possuía. Sua mãe a descrevia como “incansável, sempre pulando e dançando pela casa. As pessoas que nos visitavam diziam que tinha algo estranho com ela”. Com uma carisma invejável, Britney embarcou na sua busca por fama após diversos programas competitivos como o Star Search e apresentações pequenas em sua cidade, como uma bomba, sempre saltando e soltando sua voz bem equilibrada. Na tentativa de mostrar para todos os dons incríveis que possuía, tentou o Clube do Mickey na primeira e depois de ser recusada pela produção do programa por ser muito nova, foi convocada para uma nova temporada ao lado de dois nomes que entrelaçaram seu caminho desde muito cedo. Mas como tudo tinha um fim em sua vida de contrato assinado, após o programa, a garotinha sorridente teria que buscar novos fins lucrativos para sua família de Kentwood, e como uma luva, o administrador de grandes carreiras, Larry Rudolph, surgiu em sua vida dando a ela o tão esperado sucesso devidamente merecido. Inicialmente cotada para iniciar um girl-band, a agora já em sua adolescência, a mesma ideia foi cancelada, e mesmo tão nova sua chance tinha surgido com uma convocação para audição em uma gravadora. A partir dali, surgindo seu smash hit “Baby One More Time” em 1998, Spears agora abria mão de sua adolescência para aproveitar os bens de seu single e de seu aclamado álbum que hoje em dia, beira a marca de mais de trinta milhões de cópias comercializadas em todo o mundo, sendo o álbum mais vendido por uma adolescente e um dos mais vendidos da história da música. Namorando até então seu ex-colega de trabalho do Clube do Mickey, Justin Timberlake, Britney Spears embarcou em altos e baixos, grandes lançamentos, performances épicas como as do Video Music Awards (nota pela cobra em 2001) e término de namoro após escorregar feio no relacionamento. Já adulta, lançou um álbum bastante sexual que lhe rendeu um Grammy, cantou com Michael Jackson, beijou Madonna em 2003, fraturou seu joelho o que a impediu de continuar uma turnê e é a explicação mais plausível do porquê de Britney não se desenvolver tanto em palcos nos dias de hoje, projetou um álbum onde uma produção massiva estaria sendo exposta (mas foi engavetado pela gravadora), casou-se com Kevin Federline, teve dois incríveis filhos, divorciou-se após o mesmo tê-la deixado grávida e sozinha o que lhe resultou em um colapso na carreira e um dos períodos mais conturbados da história para uma artista pop. Lançou um álbum em 2007 que é considerado o melhor de sua carreira e que lhe rendeu uma colocação nos álbuns definitivos do Hall of Fame, e apesar de ter sido boicotada na época, Britney garantiu o título de melhor álbum da última década com “Blackout”. E depois de uma promoção cancelada e problemas diversos, como uma mulher forte que sempre foi, teve uma volta grandiosa em 2008, figurando na mídia como o “comeback” mais triunfante da década passada, após conseguir emplacar hits nas paradas novamente e voltar a se apresentar em palcos e ingressar em turnês. Hoje, depois de mais de vinte anos desde sua entrada na Disney, Britney Spears é a atual cantora que mais vendeu discos neste século e coleciona mais de quatrocentos prêmios em toda a sua carreira. E a pergunta sobre ter abandonado tudo para seguir esse caminho, se isso realmente valeu a pena... Britney já respondeu em uma entrevista em 2014: “Hoje em dia aproveito muito mais as coisas, antigamente tudo passava tão rápido e eu não soube aproveitar certamente todas as situações”. Após um período conturbado, Britney decidiu escolher para a sua vida coisas que lhe fazem bem, assim como seu processo criativo a se desenvolver, seus filhos, uma estabilidade e boas amizades, longe de toda negatividade e influencias que já a colocaram no fundo do poço uma vez. Com 33 anos, Spears carrega o título de “fênix do pop” por ter ressurgido de um período onde todos a taxavam como acabada e o de “princesa do pop”, dado à ela por Michael Jackson. De forma crucial, a carreira de Spears sempre foi exposta ao mundo, e sobre como a cantora se desenvolve em entrevistas, performances, criações de álbuns e tudo mais, é algo a parte. Nenhuma pessoa volta a ser o que era depois de um colapso, certo? É algo a se levar em conta que hoje ela se encontra bem, mas isso poderia ter acabado de uma forma terrível se não tivesse superado. E lembre-se: se Britney superou 2007, você pode superar o dia de hoje!


Justin: o garotinho de cabelos encaracolados e sonho de menininhas ainda quando fazia parte do Clube do Mickey, trilhou caminhos grandiosos em sua busca por fama através de sua música, ainda no programa Star Search cantando country e provando a todos que seu talento era um dom maravilhoso. Quando conseguiu a vaga para ser um ‘Mouseketeer’, com certeza não tinha ideia do quanto poderia se desenvolver como um artista. Com sua futura namorada, Britney Spears ao seu lado e também sua futura companheira de turnês, Christina Aguilera em seu caminho, Justin Timberlake decidiu então que seus planos para se aproximar ainda mais de seu sonho de se tornar um grande cantor, estava mais perto do que imaginava.
Ao término do Clube do Mickey em 94, Timberlake convocou J.C. Chasez (que também trabalhou no programa) para formar uma boy-band que viria ser o fenômeno mais estrondoso dentro do pop-teen do final dos anos 90 e começo dos anos 2000. Com grandes executivos de gravadoras em ascensão na época, procuraram ao redor de programas, pequenas estrelas em busca de algo mais, então Justin foi o ponto crucial para que tudo acontecesse. Com cinco nomes na mão da Universal Music, surgiu o “*N Sync” que driblou de forma grandiosa o conceito de meninos juntos fazendo música para uma grande massa.
Com seu primeiro álbum de estreia, o grupo garantiu mais de dez milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e o fenômeno já estava lançado, enquanto Britney Spears estava trilhando o mesmo caminho, e todos aguardavam o início de Christina na indústria. E então a sorte de Timberlake estava lançada no mercado, depois de mais dois álbuns de sucesso pelo *N Sync, o cantor e os outros integrantes da banda entraram em hiatus, fechando o sucesso global na marca de mais de sessenta milhões de discos comercializados, proclamando-os como a segunda boy-band que mais vendeu na história.
A partir disso, Timberlake dedicou seus dons artísticos para sua carreira solo, lançando um álbum que o levaria a patamares grandiosos e reconhecimento mundial. Desenvolvendo um lado sensual bastante desinibido, Timberlake virou o ícone da música pop junto a outros no cenário pop e R&B. Performou com Michael Jackson, vendeu mais de 20 milhões de cópias com o primeiro álbum, foi traído por Britney Spears, lançou um clipe para um de seus maiores hits mostrando ao mundo todo o que a loira tinha feito com ele, entrou em turnê conjunta com Christina Aguilera, se apresentou com Janet Jackson no Super Bowl, ingressou na carreira de ator, lançou um álbum incrivelmente sensual que rendeu 3 hits no primeiro lugar das paradas, já coleciona nove Grammy Awards, quatro Emmy, casou-se com Jessica Biel, está prestes a ser pai e carrega o título de Príncipe do Pop por ter influenciado toda uma geração pós Michael Jackson de homens dominando a música pop em geral. Timberlake teve que lidar com a morte de sua irmã enquanto já estava na indústria e com o fato de querer se expressar com seus pensamentos usou todo o seu processo criativo para sua carreira solo.
Eu vivo minha vida me cercando de boas pessoas e pessoas que eu posso confiar então eu diria que isso é importante, Justin em 2013. Seguindo uma linha de pensamento idêntica à de Spears pós 2007. Eles com certeza perceberam a loucura que é crescer diante das câmeras e se tornar vulnerável e influenciável por isso.


Christina: a poderosa voz que sempre habitou dentro de uma garota pequena caracterizou-se como um mistério e ao mesmo tempo motivo de muita inveja. Hoje, Christina é alvejada de críticas sobre sua atual carreira e até mesmo sobre seu peso (mesmo que nos dias de hoje a cantora pareça estar em sua melhor fase), mas poucos sabem o quanto Aguilera precisou ser forte para conseguir se encaixar na indústria musical. Vivendo em um ambiente onde sua mãe era fortemente agredida assim como ela mesma pelo seu próprio pai, Christina encontrou na música uma forma de santuário espiritual que substituía sua casa. O Clube do Mickey foi a chance que a garota da voz grandiosa achou para transformar seus medos em arte e se destacar no meio de todos os outros por ter um talento incomparável. Quando o programa acabou, podemos dizer que ela foi a mais afetada por ainda não ter superado tudo o que lhe aconteceu durante seis anos. Porém, sua fé em querer transformar seus sonhos em realidade não a abalou, e logo um teste para uma gravadora surgiu após a cantora ter enviado uma demo em sua voz para participar da trilha sonora de Mulan da Disney, e na mesma semana, assim como Larry Rudolph estava para Britney Spears, Ron Fair caiu na vida de Aguilera concedendo à ela um contrato com a RCA Records. Com seus dois colegas de trabalho já lançados no mercado e explodindo nas paradas, Christina aguardou seu momento e então surgiu “Genie in a Bottle” que a consagrou de cara dentro da indústria musical. O seu primeiro álbum de estúdio é um dos mais vendidos da história e lhe rendeu um Grammy na categoria de “Artista Revelação”. Lançou um álbum em espanhol, um álbum natalino, um hit com Pink, Myah e Lil Kim para um filme, e um álbum totalmente pessoal e “sujo”, mostrando uma Aguilera desinibida mas completamente só.O período de depressão da cantora ao gravar “Stripped” acabou chocando o mundo pelo fato de ter abandonado a imagem de cantora angelical para uma mulher concentrada na sensualidade e em ser completamente safada, mas ao mesmo tempo, incrivelmente artística. Em pauta dessa depressão pelas memórias de sua infância vindo à tona, Aguilera entrou em turnê conjunta com Justin Timberlake, casou-se, lançou um álbum onde incorporou seu alter-ego dos anos 20 aos anos 40 baseado em jazz, blues, soul e diversos hits, entrou em turnê, teve um filho, lançou um álbum de compilação de hits, deu uma pausa em sua carreira e voltou mais provocativa do que nunca com um novo alter-ego representando seus desejos sexuais e sadomasoquistas, porém, Aguilera teve problemas nessa fase por ter sido denominada de “apelativa” pela mídia e seu disco foi considerado um fracasso comercial, apesar de ser um dos melhores de sua discografia. Cancelando uma turnê para dedicar-se as gravações de ‘Burlesque’ ao lado de Cher, Christina declarou seu divórcio publicamente. No mesmo ano tornou-se um ícone desde então em programas de competições musicais, ao lado de grandes nomes, Christina Aguilera é o ápice do The Voice US e embarcou em uma parceria com Maroon 5 que lhe rendeu aclamação mundial. Após tantos momentos, a cantora lançou um novo álbum, que também foi um fracasso comercial, porém, figurando como um de seus majestosos trabalhos e a pergunta que surge: por que a mídia se virou tanto contra Christina nos últimos anos? Com trabalhos incríveis, é algo que nunca poderemos desvendar. E cancelando a promoção do álbum novamente, Aguilera voltou a bancada do The Voice, lançou uma música para trilha sonora de Jogos Vorazes, participou de um dueto que lhe rendeu o topo dos charts e venceu o Grammy deste ano, acabou com a rixa entre ela e Lady Gaga depois de um dueto entre as duas e após tantos momentos, a artista consagra sua carreira como a Voz da Geração, e muito ainda sentem inveja do talento nato da cantora que é uma das vozes mais potentes dos últimos anos, e uma das mais gloriosas da história. Não importa o que os outros acham de você, e sim o que você próprio pensa de si mesmo”. Ela conhece bem a si mesma e sabe que seu talento não pode ser calado por ninguém, e atualmente trabalha em um novo álbum que promete ser majestoso e icônico para sua discografia repleta de brilho e poder.

Todos os três viram diante deles algo a enfrentar, seja um problema pessoal ou o que de forma estranha aconteceu com todos ao mesmo tempo: a chuva de críticas pela mídia sobre o que eles deveriam fazer. Como artistas, sofreram na tentativa de serem quem eram realmente, mas conseguiram driblar toda a negatividade, somando o talento à força de vontade. Britney, Justin e Christina foram alvos de uma mídia ignorante e ainda hoje, são principais fatores para serem ridicularizados na internet e em manchetes, mas dentro de tantas perguntas, surge outra: existe alguém nessa geração que dominou o mundo pop tanto quanto eles? E a resposta já é clara, certo? Eles inspiraram desde muito cedo e não conseguiram isso à toa, por parte disso, deve-se existir um respeito. Não são apenas artistas que migraram da Disney para a música, são consideradas lendas que ainda sim, continuam relevantes na música de uma forma que outros não conseguiram durante tantos anos. Crescer diante das câmeras com a vida completamente aberta para receber críticas sobre qualquer tipo de coisa foi uma escolha dura para os três, mas os ex-integrantes do extinto Clube do Mickey souberam transformar toda a onda de influência negativa em algo muito maior, algo que hoje complementa o legado deles na indústria musical.

E você aí, consegue ter uma ideia do que seria a música pop sem “Toxic”, “Cry Me a River” ou “Dirrty”? Juntos, eles somam tudo o que sabemos sobre esse gênero musical e em como abriram portas para que outros pudessem ingressar e tentar trilhar seus sonhos. A crítica os ama (e seu artista preferido também), então por que não deixar o ódio de lado e curtir o trabalho espetacular que eles ainda nos dão nos dias de hoje? ;) 

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